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Introdução

1.1 O que é o Mapas?

O Mapas é uma ferramenta digital de mapeamento e gestão de políticas públicas, desenvolvida em software livre, permitindo adaptações e implementações personalizadas conforme as necessidades das gestões municipal, estadual e federal e projetos ou coletivos. Seu principal objetivo é mapear e conectar a diversidade cultural do Brasil, facilitando a formulação de políticas públicas e promovendo uma gestão cultural descentralizada e participativa.

Desenvolvida de forma colaborativa, a plataforma valoriza a transparência e a autonomia das comunidades, incentivando o compartilhamento de informações e o fortalecimento das redes culturais.

1.2 Objetivos e benefícios da plataforma

O Mapas objetiva:

  • Mapear agentes, espaços, eventos e projetos culturais, gerando uma base de dados acessível e colaborativa;

  • Facilitar a articulação entre os diferentes atores do setor cultural, promovendo colaboração e redes de trabalho;

  • Fortalecer a gestão pública da cultura, fornecendo informações para diagnósticos, planejamento e execução de políticas culturais;

  • Garantir o acesso democrático à informação e ao fomento, utilizando o software livre para possibilitar o uso e a adaptação por diferentes atores e comunidades.

Os benefícios da plataforma incluem maior visibilidade para os fazedores de cultura, facilitação do acesso a recursos e editais, além da criação de um ambiente propício à gestão participativa da cultura.

1.3 Quem pode usar e como participar

A plataforma está aberta a diversos perfis de usuários, incluindo:

  • Fazedores de cultura: artistas, produtores, gestores e coletivos culturais podem se cadastrar para divulgar seus trabalhos e projetos;

  • Instituições e espaços culturais: teatros, centros culturais, bibliotecas, pontos de cultura e outros espaços podem registrar suas atividades e programação;

  • Poder público e pesquisadores: órgãos governamentais e estudiosos da área cultural podem acessar os dados para planejamento e estudos.

Para participar, basta acessar a plataforma, criar um perfil e cadastrar informações relevantes sobre suas atividades. Como software livre, o Mapas também permite que governos e comunidades personalizem a ferramenta para atender suas especificidades, promovendo a inclusão e a transparência na gestão cultural.

1.4. Histórico do Mapas

O Mapas surgiu como uma ferramenta de mapeamento cultural, com o objetivo de identificar e organizar informações sobre agentes, espaços, eventos e iniciativas culturais nos territórios.

Antes do Mapas, um primeiro esforço para estruturar um sistema de mapeamento cultural foi o desenvolvimento do Mapsys, criado em 2003 pela Cultura Digital no Ministério da Cultura, vinculado aos Pontos de Cultura. No entanto, essa iniciativa foi posteriormente descontinuada. A partir dessa experiência, a Comunidade de Cultura Digital desenvolveu várias experiências de mapeamento cultural em software livre.

Em 2013, o Instituto Tim em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a empresa Hacklab (https://hacklab.com.br/) foi contratada para o desenvolvimento do Mapas, adaptável às necessidades da gestão cultural. Inicialmente criado com a proposta de ser um banco de dados para registrar e georreferenciar atividades culturais, oferecendo uma visão ampla da diversidade cultural nos diferentes territórios.

Em 2015, o Ministério da Cultura adotou o Mapas como a principal base do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), conforme previsto no Plano Nacional de Cultura, consolidando-o como um instrumento fundamental para a gestão descentralizada da cultura no Brasil.

Ao longo dos anos, diversos estados e municípios (https://rede.mapas.tec.br/portfolio/ ) adotaram o Mapas como sua principal ferramenta de mapeamento e gestão cultural, assegurando sua contínua atualização e adaptação às realidades locais. Como software livre, a plataforma possibilitou customizações conforme as necessidades de cada território e das políticas culturais implementadas.

No entanto, um desafio futuro para a comunidade é a falta de integração entre as bases de dados dos diferentes Mapas em funcionamento pelo Brasil ou a falta de atualização da versão implementada, tornando necessário criar um login específico para cada plataforma implementada, o que pode dificultar a experiência dos usuários e a unificação das informações em nível nacional.

Com o tempo, e especialmente durante a pandemia, surgiu a necessidade de utilizar a ferramenta e incorporar os mecanismos de fomento, possibilitando a gestão de editais, chamadas públicas e outras formas de incentivo à cultura. Essa ampliação consolidou o Mapas como um instrumento essencial para a articulação entre sociedade civil e gestão pública.

No Ministério da Cultura, a partir de 2016, com o golpe que levou à descontinuidade de diversas políticas públicas culturais, a versão implementada do Mapas deixou de ser atualizado, comprometendo seu pleno funcionamento e evolução. Apenas com a retomada da política cultural em nível federal em 2023, o processo de atualização da plataforma foi retomado.

Em 2024, o Mapas do Ministério da Cultura passou por uma atualização significativa, migrando para a versão 7.5, garantindo maior eficiência, acessibilidade e novas funcionalidades para fortalecer a cultura e sua gestão em todo o país. Como parte dessa nova fase, o Cultura Viva desenvolveu a versão 7.6 em 2024 com um tema específico implementado como subsite na plataforma no Ministério da Cultura.

Ainda em 2024, o Laboratório de Cultura Digital da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu novas funcionalidades que serão lançadas na versão 7.7, trazendo novas melhorias na experiência do usuário, ampliando os recursos da plataforma, trazendo uma solução para o monitoramento e a prestação de contas na parte de gestão de fomento.

Em 2025, a Funarte desenvolveu o tema da Rede das Artes, também como subsite, mas também entregará soluções dentro do Mapas. Tanto o Cultura Viva quanto a Rede das Artes, temas implementados no Mapas, estão integrados às bases de dados do Mapa da Cultura do Ministério da Cultura, ampliando as possibilidades de recorte por políticas implementadas, mas também a transparência, articulação e fomento para agentes e iniciativas culturais.

É fundamental compreender que o Mapas é uma plataforma viva, em constante evolução e aprimoramento por sua comunidade de usuários e gestores. Da mesma forma, este tutorial será implementado na plataforma colaborativa GitHub, no seguinte link: https://redemapas.github.io/manual/. Dessa forma, estará disponível para a comunidade colaborar com esse tutorial e inserir novas funcionalidades e melhorias da plataforma. A versão apresentada neste material é a versão 7.6, implementada no Ministério da Cultura.

1.5. Como usar esse tutorial

Este tutorial foi elaborado pelo Laboratório do Futuro da Universidade Federal do Ceará (UFC), como parte do Projeto Rede das Artes, uma iniciativa da Funarte voltada para o fortalecimento e a articulação da cultura em rede.

Para tornar sua compreensão deste tutorial mais intuitiva, adicionamos um menu no cabeçalho (superior) com itens clicáveis que levam diretamente a cada aba do Mapas. Além disso, em cada aba, você encontrará um menu lateral, onde todas as funcionalidades da plataforma naquela aba serão apresentadas.

Como a aba oportunidades possui muitas informações para o gestor cultural inserir e administrar as suas chamadas, optamos por inverter a ordem nessa apresentação e colocá-la ao final, para melhorar o seu estudo deste material.

Nosso objetivo é facilitar sua experiência de uso e aprimorar sua interação com a plataforma. Se preferir, você também pode seguir a leitura de forma linear, explorando cada item detalhadamente ao longo do tutorial.

Vamos começar?